Blog sobre minhas experiências como professor de Ensino Fundamental e Médio e divagações filosóficas a respeito
Quem sou eu
- Lawrence David
- Professor, Músico, Audiófilo, Cientista Político, Jornalista, Escritor de 1968.
sábado, 28 de agosto de 2010
Adolescentes
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Crianças
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Mudança
Pague muito bem os professores. De preferência que eles trabalhem tipo, 20 horas por semana e tenham também tempo para ler, fazer cursos, ir ao cinema, ao teatro, levar a filha ao parquinho para andar de balanço, praticar esportes. Tudo bem, se for 40 horas, o cara, por dedicação exclusiva, ganhe tipo 50% a mais em cima do básico. Ah, e sem esquecer um tempo para uma viagenzinha.
Professor tem que ter, pelo menos, 3 meses de férias, por estar metido em uma das profissões mais estressantes, arriscadas e monótonas de todas. Corrigir 300 provas que envolvem 30 coisas diferentes dá um nó na cabeça e no braço de qualquer um. Estar sujeito a tomar rasteiras, receber empurrões, sofrer Cyberbuylling, ser atropelado na saída da escola por pais descontrolados, não é fácil. Ficar repetindo a mesma aula pra 5 turmas diferentes, uma atrás da outra, no mesmo dia ninguém merece.
Obrigar as mantenedoras a manterem um quadro funcional realmente capaz de dar conta do negócio, sem sobrecarregar ninguém, para que o serviço seja bem feito. Admissão de funcionários, só por concurso. Concursado exerce só a função do concurso. Que tenha pra tudo: Bibliotecária, Orientadora, Psicóloga, Supervisora, e até, professora. As escolas, (todas) têm que ter, direções eleitas pela comunidade, com cada voto valendo o mesmo.
Todas as Escolas têm que ter: Projeto Político Pedagógico, regimento, e sistema de avaliação autônomos, mas, não podem desrespeitar princípios básicos da carta maior que é a LDB. Aliás, precisa ser melhorada e algumas questões têm que ser mais especificadas do que na atual. Também não pode faltar, uma ótima sala dos professores, com sofás pra gente deitar entre um turno e outro, microondas, pia, ar condicionado, muitas cadeiras, pelo menos 2 mesas e poltronas. Não pode faltar sala de informática, anfiteatro, ginásio poliesportivo, ampla e atualizada biblioteca, um datashow e aparelho de som, dvd e computador em cada sala, tudo com acesso a internet banda larga. Muitas tvs, música ao invés de sirenes, cursos gratuitos de música, festivais de teatro, pintura e redação. E, claro, lindas festas.
As turmas não devem ter mais de 25 alunos, em qualquer nível do ensino básico, e 35, no médio e no universitário. É claro, têm que pagar mais professores, ampliar o quadro funcional para dar conta de mais essa tarefa. Acho que essa é particularmente importante hoje em dia pois quem está em sala de aula sabe o que é o nível de agitação dos jovens de hoje. Além do mais tem gente de todas as classes sociais lá, o que aumenta a tendência ao choque de culturas, brigas, pegação de pé, panelinhas, desunião, etc.
Passar a ver combate a drogas como uma consequência da sociedade opressora e não como causa dela. Tratar o viciado como doente e não como criminoso. Combater as drogas usadas pelos ricos mais do que as usadas pelos pobres, pois é aí que está o furo. E principalmente, pensar melhor a jurisprudência a respeito do assunto. Copiar os exemplos bem sucedidos e descartar modelos mal sucedidos peremptoriamente como o nosso.
Convencer a burguesia brasileira de que um povo bem educado é só lucro pra ela. Tá bem, se esse povo eleger alguém á esquerda, seus burgueses, vocês vão enriquecer mais do que com alguém da direita. Ah, se a gente fizer reforma agrária, vai ser melhor pra todo mundo, inclusive pra vocês.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Educação
domingo, 1 de agosto de 2010
Volta
Voltar para aquilo do qual nunca saímos. Eis a dificuldade de encarar a volta. Vamos longe agora sem mais fugir. Vamos até o fim lutando baravamente, contra aqueles que nos importunam cotidianamente, geralmente por questões mesquinhas e sem importância e relevância para a sociedade. Geralmente motivos mais pessoais. Vamos lutar contra a falta de dinheiro, tempo, paciência, saldo bancário, esperança de significativa melhoria, esperança de melhorar o mundo com a ajuda de todos. Vamos dar alô a um grande BASTA nas coisas que estão erradas em nossa vida. Vamos consertar uma por uma, sem preguiça.
Caminhar vagarosa e atentamente para o descanso merecido, as festas, as férias lá perto do fim do ano. Sonhando a todo momento com a praia em que vamos estar, o cheiro da areia, o gosto sal, o cansaço à tarde. Aquela companhia que se faz distante, mais próxima, o cheiro, o gosto, a silhueta mágica. A saudade do que não veio misturada com o todo vivido em outras praias. Sentir a maresia é preciso, a cada instante na volta. Pra volta ser gostosa.
Dizer olá, beijar a todos, sentir a alegria de compartilhar o mesmo espaço, a mesma comida, as mesmas relações, solidas ou instáveis, matéria do dia-a-dia do nosso trabalho. Sempre tão quente, borbulhante e exigente. Lá vamos nós transformar a massa (cinzenta) em algo aceso, vivo, brilhante. Quem consegue mais nesse inicio? Quem conseguirá, nos primeiros dias chamar mais positivamente à atenção de nossos pupilos? Quem deseja e se esforçará para isso?
Quem merece estar aqui? Quem acha que já lutou (pra voltar) o suficiente em sua vida ou aqueles que tornam cada dia em uma constante (revira) volta em seu trabalho? Sim, porque mestre que não se revoluciona todo tempo não é mestre. Não é mestre aquele que apenas revive um pobre e tedioso repeteco automatizado e quase mecânico de suas próprias neuroses, transformando isso em aula. Se é que isso é uma aula. É preciso fugir disso, buscar sempre alternativas de socorro à carência, à falta de apoio ou reconhecimento de seu devir. Isso deixa nossa auto-estima lá embaixo.
Mas sobrevém sempre aquela vontade de mudar, achar novas e criativas maneiras de reinventar a rotina, principalmente quando se trata de educação, fenômeno no qual a criatividade é fundamental. Não podemos esquecer de improvisar com nossas virtudes, surpreender com nossos anseios e sonhos, como qualquer ser humano faz quando se trata de relações. Não há aproximação, e portanto aprendizado, sem a atenção devida e a abdicação respeitosa, sem a percepção de que somos como irmãos mais velhos conduzindo a nova geração a uma possível vitória sobre o difícil futuro que se avoluma à nossa frente.
Foto: Inezita Cunha