Quem sou eu

Minha foto
Professor, Músico, Audiófilo, Cientista Político, Jornalista, Escritor de 1968.

domingo, 1 de agosto de 2010

Volta

Voltar para aquilo do qual nunca saímos. Eis a dificuldade de encarar a volta. Vamos longe agora sem mais fugir. Vamos até o fim lutando baravamente, contra aqueles que nos importunam cotidianamente, geralmente por questões mesquinhas e sem importância e relevância para a sociedade. Geralmente motivos mais pessoais. Vamos lutar contra a falta de dinheiro, tempo, paciência, saldo bancário, esperança de significativa melhoria, esperança de melhorar o mundo com a ajuda de todos. Vamos dar alô a um grande BASTA nas coisas que estão erradas em nossa vida. Vamos consertar uma por uma, sem preguiça.

Caminhar vagarosa e atentamente para o descanso merecido, as festas, as férias lá perto do fim do ano. Sonhando a todo momento com a praia em que vamos estar, o cheiro da areia, o gosto sal, o cansaço à tarde. Aquela companhia que se faz distante, mais próxima, o cheiro, o gosto, a silhueta mágica. A saudade do que não veio misturada com o todo vivido em outras praias. Sentir a maresia é preciso, a cada instante na volta. Pra volta ser gostosa.

Dizer olá, beijar a todos, sentir a alegria de compartilhar o mesmo espaço, a mesma comida, as mesmas relações, solidas ou instáveis, matéria do dia-a-dia do nosso trabalho. Sempre tão quente, borbulhante e exigente. Lá vamos nós transformar a massa (cinzenta) em algo aceso, vivo, brilhante. Quem consegue mais nesse inicio? Quem conseguirá, nos primeiros dias chamar mais positivamente à atenção de nossos pupilos? Quem deseja e se esforçará para isso?

Quem merece estar aqui? Quem acha que já lutou (pra voltar) o suficiente em sua vida ou aqueles que tornam cada dia em uma constante (revira) volta em seu trabalho? Sim, porque mestre que não se revoluciona todo tempo não é mestre. Não é mestre aquele que apenas revive um pobre e tedioso repeteco automatizado e quase mecânico de suas próprias neuroses, transformando isso em aula. Se é que isso é uma aula. É preciso fugir disso, buscar sempre alternativas de socorro à carência, à falta de apoio ou reconhecimento de seu devir. Isso deixa nossa auto-estima lá embaixo.

Mas sobrevém sempre aquela vontade de mudar, achar novas e criativas maneiras de reinventar a rotina, principalmente quando se trata de educação, fenômeno no qual a criatividade é fundamental. Não podemos esquecer de improvisar com nossas virtudes, surpreender com nossos anseios e sonhos, como qualquer ser humano faz quando se trata de relações. Não há aproximação, e portanto aprendizado, sem a atenção devida e a abdicação respeitosa, sem a percepção de que somos como irmãos mais velhos conduzindo a nova geração a uma possível vitória sobre o difícil futuro que se avoluma à nossa frente.

Foto: Inezita Cunha

Nenhum comentário: